segunda-feira, fevereiro 11, 2013

O cara do suéter azul


O relógio na parede tiquetateava, incansavelmente perturbador  O garoto tamborilava os dedos na mesa bufando, entendiado. Dava pra ver a insatisfação por trás daqueles olhos, eles estavam baixos, mais pra baixo do que normalmente estavam.
   Ele vestia seu longo suéter azul, o cabelo fazia aquela onda nas pontas, ele as odiava, porém eu achava engraçado. Engraçado mesmo, era que eu nunca tinha percebido quem ele era de verdade, não que isso mudasse alguma coisa, mas, sei lá, teria sido bom entender tudo desde o começo.

 O garoto era o tipo de pessoa que se irritava com tudo, era isso que me fazia rir, o sarcasmo sempre na ponta da língua, pronto pra despejar na pessoa mais próxima, aquele humor escarado que de certa forma  dava vida a quem ele era. Exceto por esses dias...

  Esses dias ele estava sem cor, sem humor, só irritado. Desconfiei que fosse as milhões de coisas que aconteciam dentro dele, a incerteza das escolhas que fizera. 

  Ele não entendia nada sobre o amor, sobre a cumplicidade e penso eu, que era esse o motivo de toda aquela pertubação. Ele queria alguém que podasse suas asas e que ao mesmo tempo o deixasse voar por ai.    Mas o amor é complicado, não dá pra aprender com um tutorial no youtube, você tem que dar a cara pra bater. Eu tenho esperanças de que um dia ele entenda, que cresça, que perceba que pra ser feliz a gente tem que fazer alguns sacrifícios.

E que enquanto isso não acontecer, eu estarei aqui.
   

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