Fechou os olhos e forçou sua mente a descansar "Vamos sua estúpida, preciso dormir", e tudo que ela pensava era na noite passada. Pensou em como era ver a pele de alguém tão de perto, ver todas as pintas, ver todos os poros, e cada pelo eriçado, pensou como era sentir o cheiro dela impregnado dentro do nariz, como uma colonia barata, e sentir os cabelos entrelaçados por entre os dedos da mão. Não pode deixar de sorrir, aquilo não era nada como as pessoas descreviam. Sorriu pelos conservadores, que se privavam de uma coisa tão perfeita, tão mágica e única.
Virou de lado mais uma vez, o parceiro resmungou, incomodado pela inquietação, murmurou algo como "está tudo bem?" e ela respondeu um "aham". Ele voltou a dormir. Ela aproveitou a deixa e deitou a cabeça em seu peito, sentia o coração pulsar nos lábios, e aquele "bumbumbum" era como uma canção de ninar. Abraçou forte o corpo inerte e quente. A cabeça alcançara a altura acostumada e o pescoço parou de reclamar. Os pés ainda cobertos tentaram encontrar a saída mas estavam mesmo é perdido debaixo daquelas mil cobertas, ela não fazia ideia, por fim desistiu.
Ainda pensando em como se sentia feliz, todo aquele espaço pequeno e apertado, quente e seguro era o único lugar onde ela gostaria de estar, o ritmo daquele coração fazia o seu se acalmar e pálpebras ficavam pesadas como um tanque á cada segundo. Perto do devaneio, aquele momento entre o adormecer e o despertar, sentiu um beijo na testa. Não pode dizer com certeza, se tinha sido real ou imaginado, mas ela abraçou o companheiro mais forte.
"Que se dane as leis da física" disse para si mesmo, dois corpos podiam sim ocupar o mesmo espaço. Ela gostava de toda a inquietação, gostava das dores, gostava do pequeno espaço e então acordaria torta, com o cabelo cheios de nós, a cara amassada com certeza, mas quer saber? Ela queria mesmo é poder ter essa sorte todos os dias, pelo resto dos seus dias.
Me too
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