Levantei-me procurando companhia, mas estava sozinha e o silencio pelo quarto era insurdecedor, como se ele estivesse daquele jeito desde sempre. O sol com seu raios luminosos, atravessa a janela mas era barrado pelas cortinas, e era daquela mesma maneira que eu me sentia. Deitei novamente, era como se a cama me prendesse nela.
Mas então me lembrei de ontem e acabei levantando. Caminhei até o banheiro e me olhei no espelho, e eu estava exatamente como eu imaginava que estaria, o cabelo despenteado e a maquiagem borrada, e atrás daquela máscara de horror encontravam-se dois olhos azuis chorosos, que de certa forma me imploravam para desistir de tudo e ser feliz, e o pensamento da felicidade descia por minha garganta, rasgando-a assim como a Vodka que se tornara comum como água.
Eu me desprezava, assim como todo o resto dos seres viventes, mas não por ser uma tremenda vagabunda de boate, eu me desprezava por acreditar que tudo poderia ter dado certo, me desprezava por estar colecionando cicatrizes. Lavei o rosto e fui para a sala, peguei o maço sobre o balcão e acendi um cigarro, preparei uma xícara de café bem forte, pra acordar de vez e deixar o país das maravilhas.
Olhei pela janela e foi como se nada daquele mundo lá fora me pertencesse, como se eu estivesse avulsa ou em outra dimensão qualquer, e isso me frustava de uma maneira que eu poderia simplesmente explodir, pois apesar de isolada, tudo me atingia e me machucava. Me sentei no sofá, apagando o cigarro no cinzeiro, e pude ouvir meus pensamentos ricochetando nas paredes, apertei a marca sobre meu peito, e no mesmo instante pensei em você, pois você sabe que não era uma tatuagem comum, era como um pequeno corte.
Eu tinha uma sensação de vazio como se não pudesse mais me aquecer, e então notei que ainda estava de anel no dedo, um anel qualquer, um pedaço de prata torcido, apenas, palavras gravadas nele que significavam alguma coisa qualquer também e foi ai que eu me lembrei o porque me sentia assim, o porque minha cabeça pesava e porque nada mais fazia sentido: você. Você mesmo, por isso estou te escrevendo, porque você ficou com algo que é meu, algo que é tão valioso que você não tem noção, algo que eu te dei, mas que na verdade nunca realmente pertenceu a você: Por favor devolva meu coração.
Atenciosamente,
Alguém.
"Entre parentes"
Aproveitando, queria mostrar pra vocês o novo selinho do blog, que é super fofo, super tudo! hahaha, quem quiser pegar pode ficar a vontade, lembrando que esse contém o endereço novo do blog.
As regrinhas são simples
-é só indicar pra três blogs que você gosta
-Dizer quem te mandou o selo
-E escrever três coisas:
- O sabor do sorvete preferido
- A música que mais ama no mundo
- Uma coisa para fazer antes de morrer.
Espero que tenham gostado.
Beijos
tem selo de qualidade pra vc: http://xicara-quebrada.blogspot.com/2011/02/selo-de-qualidade.html
ResponderExcluir:)
É eu passei os olhos em todas as suas palavras e no final tive uma sensação ...
ResponderExcluirMeu deus , seu texto é simplismente lindo , amei !
ResponderExcluirSegue o meu blog ?
http://juuliacristina.blogspot.com/
Olá, como vai?
ResponderExcluirMe emocionei lendo seu post, ficou lindo demais, parabéns. Acredito que a maioria das pessoas já se sentiu assim pelo menos uma vez na vida; já fez loucuras por amor e deu seu coração pra quem não merecia... :/
Enfim, espero que teu carnaval tenha sido ótimo flor, e te convido pra participar de um pequeno debate que abri no meu blog sobre este tema! ^^
Beijão