segunda-feira, agosto 13, 2012

A garota destemida

     Não usava uma capa, não saltava telhados nem sequer salvava mocinhos indefesos. A garota destemida andava por ai fazendo escolhas difíceis, sonhando alto, andando de cabeça erguida na rua e tornando-se uma mulher, e Deus sabe, a coragem e a destreza para tal feito.
  Ela permitia-se perder nela mesma por alguns instantes, recuperar a inocência, aprender com os próprios erros e lutar muito para não cometer inúmeros outros. A garota era vilã de si, porque só ela mesma conhecia seus pontos fracos, somente ela sabia onde o calo apertava e apesar do que os outros pensavam, ela não era óbvia.

  Fugia dos clichês e das ditaduras midiáticas para tentar se encontrar, formar sua própria cabeça, combater os próprios medos. Não participava do caos coletivo, porque receava nunca mais conseguir voltar á superfície. Cheias de insignias, conseguia transmitir ao mundo suas idéias pelas palavras. Isso já não era o bastante para considerar a si mesmo uma heroína?

  A garota destemida era uma tragédia ambulante como toda boa história. Era aquele ponto entre a loucura e a sanidade, entre a desistência e a felicidade. Chata, bem humorada, sensível, como qualquer garota, mas era destemida porque o medo não a deixava seguir em frente, continuava mantendo seus olhos para trás, por isso admitir a si mesma que ela podia avançar, era mais que um ato de auto superação, era a sonhada auto aceitação.

  Ela queria estar lá no topo, como costumava dizer aos outros, mas sem capas, sem super poderes, queria estar lá por ela mesma. Tropeçando em cada pedra com os próprios pés e fazer dos ferimentos uma ferramenta contra a desilusão.
  E no fim, ter orgulho de se considerar uma Super heroína, por ter conseguido salvar seus sonhos.

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